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Tem muita marca “querida” que não é comprada. E tem marca pouco “cool” que converte todo santo dia. A diferença raramente é sorte; quase sempre é arquitetura estratégica. “Ser comprável” significa reduzir atrito cognitivo, tornar o valor óbvio e facilitar a decisão do primeiro contato ao pagamento. Abaixo, um playbook prático para sair da simpatia e entrar na cesta

A tese em uma frase

Marca comprável = proposta de valor clara + prova alinhada à objeção + oferta com risco reverso + jornada com baixo atrito + distribuição presente no momento da decisão.

Os 5 ativos de comprabilidade

 

1) Proposta de Valor que “cabe em uma linha”

A Proposta de Valor em 1 linha é uma frase curta — até 12 palavras — que deixa explícitos quem você atende, qual situação resolve e qual resultado mensurável entrega em um prazo ou condição claros. Ela privilegia o destino do cliente (benefício concreto) acima da sua feature, com números verificáveis ancorados em cases ou benchmarks. O teste é simples: em 8 segundos, alguém de fora precisa repetir “vocês ajudam [ICP] a [resultado] em [prazo/condição]”.

Se você não consegue explicar por que devem escolher você em 10–12 palavras, o cliente também não conseguirá.

Checklist rápido:

  • Destino do cliente (resultado) é mais importante que sua “feature”.

  • Específico > Genérico (“Aumente a taxa de agendamentos em 22% em 90 dias”).

  • Mensurável e verificável (pode ser por benchmark, estudo de caso, número de clientes).

Teste de porta giratória: se um estranho lê seu site por 8 segundos e acerta o que você faz, para quem, com qual benefício, você passou.

2) Provas que derrubam objeções, não que decoram layout

Prova comercial é evidência desenhada para responder à dúvida real do comprador.

Cada prova mapeia 1:1 para uma objeção — vale a pena, serve para mim, é seguro, vai dar trabalho — e aparece colada ao CTA. Priorize números verificáveis, contexto comparável e formato objetivo.

Tipos essenciais

  • Performance: antes/depois, ROI, payback.

  • Processo: método, etapas, SLAs, compliance.

  • Social qualificada: depoimentos de perfis idênticos ao ICP, com contexto.

  • Técnica: certificações, laudos, auditorias.

Formato vencedor (1 página)
Contexto → Desafio → Intervenção → Resultado com números → Próximo passo.

Fechamento
Quando a evidência certa encontra a objeção certa, o risco percebido cai e a conversão acontece.

3) Oferta com risco reverso

Oferta com risco reverso é montar seus planos para que o cliente perceba mais valor do que custo e sinta que o risco está do seu lado.

Use a arquitetura 70–20–10: entrada para remover barreira, essencial como opção óbvia, premium para margem. Ancore o preço em três vetores de valor — economia gerada, velocidade do resultado e redução de risco — e inclua garantias com critérios claros, além de bônus que acelerem o início, como onboarding guiado, templates e checklists.

Compare planos pelo resultado entregue, não por lista de features. Preço sem contexto é caro; com âncoras, garantia e ativação assistida, vira decisão segura.

Componentes

  • Arquitetura em camadas: Entrada, Essencial, Premium.

  • Âncoras de valor: custos evitados, tempo economizado, risco mitigado.

  • Garantias: satisfação, prazo, implementação — com critérios explícitos.

  • Bônus de ativação: onboarding, templates, checklists, consultoria de arranque.

Regra prática
O plano Essencial deve ser a escolha óbvia para ~70% dos casos.

4) Jornada sem fricção

Desenhe cada passo para que o “sim” seja o caminho natural. Mapeie as microdecisões — clique, leitura, prova, simulação, contato, pagamento — e remova atritos em cada ponto: um CTA por tela, texto claro sobre o que acontece depois, prova visível ao lado do CTA, formulários curtos com salvamento e barra de progresso, experiência mobile impecável, carregamento rápido e meios de pagamento sem redirecionamentos confusos.

Antecipe dúvidas com um FAQ de decisão (preço, prazo, suporte, cancelamento, garantia). Explicite etapas e prazos do “como funciona” e sinalize segurança com selos, políticas e SLAs. Instrumente eventos de funil para identificar onde as pessoas param e corrija semanalmente. Quem facilita cada microescolha transforma intenção em conversão.

Cortes de atrito comuns

  • Formulários longos sem “salvar e continuar depois”.

  • CTA genérico em fundo de funil.

  • Prova distante do CTA.

  • Perguntas sem resposta no ponto de virada.

Design de decisão
Cada tela responde: o que ganho agora, o que acontece depois, qual risco eu corro.

5) Distribuição que encontra a decisão

Distribuição eficaz é orquestrar mensagem, canal e timing para interceptar o comprador no momento da decisão. Use a matriz ICP × Momento × Canal × Mensagem × CTA e a regra 40/40/20: topo para tese e dor latente, meio para comparativos e provas, fundo para oferta com garantia.

Cerque os pontos de virada — busca e páginas de preço, carrinho abandonado, e-mail e WhatsApp ativos, remarketing com case, reviews e FAQs — e troque volume por pertinência: uma peça, um objetivo, um CTA. Defina sinais de passagem (baixou material + visitou preços = fluxo de fundo) e rode cadências de 12 semanas com SLAs Mkt↔Vendas para reagir a intentos fortes (revisita de pricing, resposta em até 24h).

Distribuir não é postar mais; é posicionar a prova certa e a oferta certa onde a decisão acontece.

Ritmo 40/40/20

  • Topo (descoberta): tese forte e visão.

  • Meio (avaliação): comparativos, provas, demonstrações.

  • Fundo (decisão): oferta, garantias, prazo e condição legítima.

Diagnóstico relâmpago: quão comprável é sua marca?

Dê uma nota de 1 a 5 para cada pergunta.

  1. Clareza: Em 10–12 palavras, qualquer pessoa acerta o que você entrega e para quem?

  2. Valor visível: O benefício principal é mensurável (tempo, dinheiro, risco)?

  3. Provas: Você tem 3 estudos de caso recentes com números e contexto comparável ao seu ICP?

  4. Oferta: Sua opção Essencial é óbvia? Existe risco reverso explícito?

  5. Jornada: Em até 3 cliques/dois scrolls, o lead consegue pedir proposta/agendar/assinar?

  6. Distribuição: Há uma cadência de 12 semanas com conteúdo por estágio e CTA coerente?

  7. Conversão: Você acompanha taxa por etapa (visita → lead → MQL/SQL → fechamento) e corrige gargalos?

Interpretação:

  • 30–35: pronto para escala.

  • 22–29: ajustes cirúrgicos destravam crescimento.

  • ≤21: comece por clareza + prova + oferta.

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